A conclusão é dos economistas Elena Landau e Paulo Tafner, que se reuniram em “live” com o professor e diretor-executivo do ILDD, Guilherme Dominguez.
A educação, sobretudo na primeira infância, foi apontada como prioridade absoluta para a agenda do governo no debate “Direito e Economia: quais reformas priorizar para reduzir desigualdades e aumentar nossa produtividade”, realizado na última sexta-feira, 23 de outubro, no canal do Youtube do ILDD.
O evento, conduzido pelo professor e diretor-executivo do ILDD, Guilherme Dominguez, teve a participação de dois grandes economistas brasileiros, Elena Landau, presidente do conselho acadêmico do LIVRES e Sérgio Bermudes Advogados; e o economista Paulo Tafner, presidente do IMDS e pesquisador associado da FIPE/USP.
Paulo Tafner iniciou a “live” mostrando dados sobre a produtividade no Brasil, que teve seu auge nas décadas de 60 e 70, quando a economia crescia na ordem de 8% ao ano.
Segundo ele, a legislação brasileira pune a capacidade produtiva, as empresas e os empresários. “Além da carga tributária, o Brasil tem carência de recursos humanos altamente qualificados. A educação fundamental é precária; o ensino médio afugenta os alunos e o ensino superior, apesar de ter expandido um pouquinho, atinge ainda pouca gente sem tanta qualidade”, afirmou Tafner.
Tafner defende priorizar a educação, a produtividade específica da mão de obra, o incentivo à formação de capital, a segurança jurídica, a redução da carga das empresas na área tributária.
Por sua vez, Elena Landau acredita que, assim como o setor privado vem trabalhando para ajustar as formas de trabalho e se adaptar ao novo, o setor público precisa agir para fazê-lo para aumentar sua produtividade. Reconheceu, em contrapartida, os servidores públicos que trabalham com eficiência.
Desigualdade social
O professor Guilherme Dominguez abordou, também, durante a live, o tema da primeira infância. Neste sentido, Paulo Tafner afirmou que, estruturalmente, ainda existe no Brasil uma altíssima correlação entre a escolaridade dos pais e a escolaridade e a renda dos filhos.
“Quanto mais isso for correlacionado, menor será a chance de os indivíduos com pais analfabetos e de baixa renda terem perspectivas melhores na vida”, afirmou Tafner. “Nós precisamos ter mais mobilidade neste sentido”, acrescentou.
Liderança – convicção e coragem para seguir carreira no serviço público
Na parte final da “live”, Guilherme Dominguez convidou os economistas a falarem um pouco sobre suas experiências e darem dicas para os profissionais que querem atuar no serviço público.
Elena Landau, que já trabalhou na Eletrobras e no BNDES, falou que teve o privilégio de estar no lugar certo na hora certa, onde contou com um apoio muito grande dos chefes, à época, para enfrentar assuntos polêmicos e lidar com a resistência.
“Eu sempre tive certeza, convicção, de tudo o que eu estava fazendo. Então, o que eu digo é: ‘você tem que ter firmeza para exercer a função. Você tem que colocar o que você pode fazer. Se você é concursado, você precisa fazer algo em que você acredita. Se você não tiver condições de fazer aquilo, você sai e deixa o presidente da república, o ministro ou o governador escolher uma pessoa mais de acordo com aquele objetivo’. As pessoas que têm cargo comissionado, com cargo efetivo, têm que lutar pelo que acreditam”, afirmou Elena Landau.
Tafner, que já atuou no governo federal, teve também experiências em outros órgãos como o IBGE, e enfrentou igualmente momentos de muita resistência. “Eu também tive muita convicção, e isso não significa ser turrão e, sim, uma pessoa que tem convicção em um projeto maior, ou seja, você vai se ajustando para tocar o projeto para a frente. Mas também tive um privilégio de trabalhar nos anos de ouro do IPEA. Eu estava ao lado de grandes talentos, de pessoas abnegadas e dedicadas, trabalhando e produzindo conhecimento de altíssimo nível”, contou.
“Tenha convicção, faça da sua convicção um trabalho efetivo e tenha alegria em arriscar”, resumiu Paulo Tafner.
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